7 de mai. de 2012

Resenha - Para Sempre Ana

Para Sempre Ana
Sergio Carmach
Editora Caravansarai

Sinopse: Na mística Três Luzes, o leitor percorre inicialmente três momentos afastados no tempo, onde três homens, de três gerações da família Rigotti, experimentam situações-limite pela influência de uma mesma mulher: Ana. A partir daí, a narrativa o leva a uma instigante viagem, nem sempre linear, entre meados do século XX e o início do XXI, na qual os dramas, o passado, o verdadeiro caráter e os segredos de cada personagem são pouco a pouco desnudados. A trama é conduzida pela busca de Ana e pela busca por Ana, forasteira misteriosa que abala os triluzianos e cuja trajetória se funde à dos demais em uma história carregada de luzes e sombras. A busca de Ana arrebata as emoções; a busca por Ana arrebata os sentidos. E ambas surpreendem. Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história. Até o último capítulo. Descubra se os mais atordoantes segredos de Três Luzes estão mesmo nos céus ou no fundo da alma de seus moradores.

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Praticamente fundada por ufólogos, Três Luzes recebe esse nome, pois segundo lendas populares, discos voadores rondavam a cidade antes de sua fundação.
Uma família aparentemente, normal, mas só aparentemente, vive nessa pacata cidade do interior. Literalmente no interior, afinal é cercada por morros, um tanto quanto ingrimes. A família Rigotti é composta por um médico para lá de suspeito, uma frustrada médica, que acabou virando dona de casa, e um provável futuro estudante de arte.
Mas, a família Rigotti não é tão pacata quanto a cidade em que habitam. É apenas uma fachada. Por trás dela se encontram conflitos e confusões das quais até Deus duvida.
No dia de Natal, um dia para se celebrar, em que os Rigotti oferecem a praticamente toda a cidade um almoço, uma jovem de nome Ana aparece. Nada demais, afinal, o que é um prato a mais em um almoço para a cidade inteira, certo? Mas ela não tem está lá para comemorações. Seu assunto é outro: a criança que ela deixou sob os cuidados do segurança é filho de Carlos, o projeto de estudante de arte, e Ana quer a todo custo que o mesmo registre seu filho. Calma aí, o que de anormal tem nisso? Ter um filho sem estar casado não é lá essas coisas, mas e se eu te dissesse que por trás dessa revelação estão escondidas armações e intrigas? E pior, se eu te contasse que Ana concebeu esse filho no mesmo dia em que Carlos começou a despertar o interesse de sua atual namorada, Cris? Problema em dobro, não é? E basicamente isso que acontece centralmente para que o livro flua. Não, não contei nenhum spoiler.

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Uma proposta um tanto quanto inovadora, não? Foge totalmente aos clichês já contatos e re-contados por aí. E Sergio Carmach soube realmente como conduzir a história para que ela chegasse ao seu clímax e ainda deixasse aquele gostinho de quero mais.
Eu ainda considero esse livro um ARC, ou seja, uma prova do livro, afinal, junto com ele recebi um envelope que supostamente continha um capítulo que poderia ser ou não incluído em novas edições, mas só tinha uma parte que já estava no livro, eu não entendi isso, mas tudo bem.
Gostei bastante da proposta apresentada no início do livro, que começa com Caio, o filho que aparece no dia de Natal, voltando à Três Luzes em busca de sua mãe. Depois desse fato, somos levados para um passado bem distante, ao dia de Natal. Porém, durante a leitura, o autor inclui capítulos com flashbacks, para o melhor entendimento da obra. Isso pode elevar um livro às alturas ou reduzi-lo a nada. Digamos que Para Sempre Ana fique nos 75%, quase nas alturas. Os flashbacks contribuem, mas quando o autor chega nessa parte novamente e conta o resto, ele se torna repetitivo, pois usa exatamente as mesmas palavras usadas anteriormente. Isso contou pontos na nota final do livro.
Excluindo o fato citado acima, o livro flui sem maiores problemas. O que realmente me chamou a atenção foi a ausência de errados de revisão. Pontos para a editora e para o autor. :)
Os meus personagens favoritos, não são os centrais por um milagre. Claro, eu gostei de Caio, mas não é o meu favorito, mas sim as duas figuras filosóficas, Irineu e Padre Motta.
Irineu, com seu jeito de delegado bravo, acabou se revelando uma manteiga derretida. Apesar de adorar um bom devaneio filosófico que não chega a lugar nenhum, com Padre Motta.
Já o pároco é uma graça, e tem grande contribuição para o final do livro. Não tem como não gostar de seu jeito meio abilolado e seu infindável amor à Deus e a todos seus amigos em Três Luzes. 

"É certo não deixar nossos sonhos se converterem em ilusões, mas também não devemos abandoná-los ao sabor da maré. Ao contrário, é necessário apontar-lhes o rumo em direção a destinos firmes e reais, ainda que tal travessia seja repleta de tempestades. Se alguns deles naufragarem no caminho, paciência. O importante é a consciência de tê-los dirigido com diligência e confiança. Eu denomino essa jornada de felicidade."
Página 334

Eu realmente gostei do livro. Cheio de reviravoltas, é ótimo para quem gosta de um romance com uma pitada de mistério.

Nota: 


Um comentário:

  1. Eu tenho o livro, mas não entendi esse capítulo que poderia estar em uma nova edição. Enfim! Gosto basante do livro. O Sérgio escreve muito bem.

    Beijos.

    Carissa
    Arte Around The World

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