5 de nov. de 2012

Resenha - P.S. Eu te amo

P.S. Eu te amo
Cecelia Ahern
Editora Novo Conceito

Sinopse: Algumas pessoas esperam a vida inteira para encontrar sua alma gêmea.
Mas esse não é o caso de Holly e Gerry. Eles eram amigos de infância, portanto conseguiam saber o que o outro estava pensando e, até quando brigavam, eles se divertiam. Ninguém conseguia imaginá-los separados. Até que o inesperado acontece e Gerry morre, deixando-a devastada.
Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas no qual Gerry, gentilmente, escreveu uma carta para cada mês da nova vida dela sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.

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Por algum motivo desconhecido - por favor, não quero ser linchada - eu tenho um certo tipo de implicância com Nicholas Sparks. Sempre que pego algum livro dele não tenho aqueeela vontade de ler. Tenho a impressão de que só mudam os personagens, mas a fórmula dos livros é a mesma: história dramática + lágrimas até a desidratação = best-seller.

E tive essa mesma sensação com P.S. Eu te amo. Não sei se pelo estilo da capa que é parecida com os livros dele ou se pela sinopse aparentemente dramática demais, mas tive a impressão de que não gostaria da narrativa, dos personagens ou do enredo. Resumindo, acharia o livro uma droga.

Mas pelo contrário! P.S. Eu te amo é aquele tipo de livro que você termina de ler e senta  no cantinho para chorar até a morte. Aquele que te passa uma lição, te faz repensar suas ações, parar de reclamar por coisas bestas. E depois de desidratar de tanto de tanto chorar, te faz feliz pelos amigos e família, pelas coisas que tem, enfim, pela vida.

Por mais que o livro seja trágico, não é do tipo melodramático, que chega a ser tedioso de tão "Aconteceu uma tragédia! Eu não posso viver mais! Vou me matar!" - mas no final das contas, quem morre é o leitor, de tédio. Holly está deprimida, sim. Solitária, sim. Mas ela tenta superar da melhor maneira possível. E nos faz dar boas risadas com suas falhas tentativas de se reerguer.

Como eu sou uma pessoa bem forte - só que não - não chorei nem uma gotinha - só que não de novo. As mensagens de Gerry para Holly são realmente emocionantes. Da primeira à última, sem exceção eu chorei. Até os mais coração de pedra se emocionariam.

"Minha amada Holly,
Não sei onde você está e onde exatamente está lendo isso. Só espero que esteja bem. Você me disse há pouco tempo que não conseguiria continuar sozinha. Mas você consegue sim, Holly.
Você é forte, corajosa e vai conseguir passar por isso. Vivemos coisas lindas juntos e você fez a minha  vida... Você fez a minha vida. Não tenho arrependimentos. Mas sou apenas um capítulo de sua vida, muitos outros virão. Guarde nossas linda lembranças, mas, por favor, não tenha medo de criar outras.
Obrigado por me dar a honra de ser minha esposa. Por tudo, sou eternamente grato.
Sempre que precisar de mim, saiba que estarei com você.
Amor eterno, de seu marido e melhor amigo,
Gerry."

Página 29.

A história de Holly é do tipo normal: ela se casa com o homem da sua vida e faz planos para a eternidade. E tudo seria perfeito, se mão houvesse um problema no caminho. Gerry tem um tumor no cérebro, que mesmo após seções de radioterapia e cirurgias, não há muito o que fazer a não ser esperar até que ele esteja pronto para partir. E o livro já começa nesse ponto. Indo e voltando no tempo. E como a narrativa é em terceira pessoa, temos uma ideia mais ampla do que se passou antes do começo de P.S. Eu te amo.

Holly é uma personagem cativante. Mesmo após tanto sofrimento, acompanhando os últimos dias de Gerry e sua morte, ela tenta um dia de cada vez viver da maneira que considera ser correta, pensando antes se seu marido gostaria de vê-la desse jeito.

Dessa vez, eu não tenho personagem favorito. Todos me agradaram, e de uma forma geral, cada um se encaixa bem no lugar onde foi colocado pela autora, tornando a narrativa mais agradável.

A única coisa que me desagradou um pouco foi o final escolhido pela autora. Não que eu esperasse que Gerry voltasse, já que não é um livro sobrenatural - isso não é spoiler, ok? - mas esperava algo diferente para o final, tanto para Holly, quanto para os outros personagens. Senti falta de uma finalização para todos eles - alguns a tiveram, outros não.

Resumindo: P.S. Eu te amo é um livro recomendado para quem gosta de romances temperados com drama e algumas risadas. É o tipo de livro que faz pensar e chorar muiiiiito, então prepare os lencinhos.

Nota:
 e meio.